11.12.08

de bicicleta para o emprego

Hoje no comboio, eu mais um colega meu, sentámo-nos ao lado de uma pessoa que trazia uma bicicleta.

Como o maior assunto de conversa que tenho com o meu colega são as bicicletas e trazia um monte de revistas da "Bike", rapidamente estávamos os 3 à conversa.

Conforme nos explicou, o senhor que trazia a bicicleta vai todos os dias de bicicleta para o emprego transportando-a no comboio na linha de Cascais. Note-se que ele mora em carcavelos e trabalha no Saldanha (ainda se farta de subir).

A bicicleta era bastante barata (300 euros) mas com uma qualidade muito acima do necessário e numa bolsa transporta sempre um impermeável para a chuva.

Porém, o que eu achei curioso foi que este ciclista referia-se à bicicleta como o veículo, enquanto eu e o meu amigo referimo-nos como o brinquedo. Este foi o primeiro português que eu conheci que via a bicicleta como um meio de transporte e a verdade é que ele nem sabia muito sobre bicicletas ou sobre ciclismo.

Os argumentos a favor da bicicleta eram: custo, ecologia, desporto, tempo e stress.
O único argumento contra que eu me lembro neste momento é "eu sou uma senhora de 70 anos que não sabe andar de bicicleta".

"Why is this Important?" (ao estilo da Shapping Tomorrow)

Este é sem dúvida um Weak Signal, ligado a um conjunto de tendências já bem conhecidas:
- ambientalismo, desporto e saúde, preocupaçao com a qualidade de vida (mega-tendência), etc.

O ciclismo e especialmente o BTT estão neste momento na moda. São actividades que têm cada vez mais expressão e a oferta de equipamentos é cada vez maior. É um sector com muita concorrência e inovação, e os preços vão ficando cada vez mais apelativos.

A pressão sobre as autarquias para construirem ciclovias também aumenta ao mesmo tempo que se falam em restrições ao uso do automóvel nos movimentos pendulares.

Resumindo, ainda é cedo para acreditar que vamos adoptar os hábitos dos Norte-Europeus, mas uma mudança cultural mais ou menos súbita é possível.
Com um bocadinho de Wishfull Thinking e uma ajuda da crise, é possível.

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